O caso das joias avaliadas em R$ 16,5 milhões que foram enviadas por autoridades da Arábia Saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro causa fissura entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e militares.
De acordo com a colunista da BandNews FM Mônica Bergamo, figuras próximas ao ex-chefe do Executivo afirmam que ele está sendo traído por membros das Forças Armadas.
As críticas são direcionadas, principalmente, ao ex-ministro de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque. Um grupo próximo ao ex-mandatário afirma que os itens valiosos poderiam ser transportados em uma mala diplomática. Por convenção internacional, esse tipo de bagagem não pode passar por inspeção.
As joias estavam na mala do assessor Marcos André dos Santos, que integrava a comitiva do ex-ministro, e foram apreendidas pela Receita Federal em outubro de 2021.
Os apoiadores do ex-presidente reclamam também da falta de declarações de militares e de membros do Partido Liberal (PL) em defesa de Jair Bolsonaro e alegam que o político está isolado após o episódio.
Em nota divulgada no último sábado (4), o órgão afirmou que, mesmo após orientações, não houve qualquer tentativa de regularizar os itens. O prazo para recurso terminou em julho de 2022.
A única maneira de retirá-las, no entanto, seria pagar o imposto de importação, de 50%, além de uma multa de mais 25% do custo das joias. O valor ficaria perto de R$ 12 milhões.
De acordo com o ministro da Justiça, Flávio Dino, um ofício será apresentado à Polícia Federal nesta segunda-feira (6) para investigar ilegalidade no processo de entrada dos itens em território brasileiro.