O presidente Jair Bolsonaro pode desistir de ataques ao sistema eleitoral nas manifestações de 7 de setembro caso o Tribunal Superior Eleitoral aceite sugestões do Ministério da Defesa. Ministros próximos ao chefe de executivo ouvidos pela colunista da BandNews FM Mônica Bergamo esperam um distencionamento com o TSE.
Candidato à reeleição e em segundo nas pesquisas de intenção de voto, o político do PL espera que a Justiça Eleitoral acolha medidas propostas por militares para uma “auditoria” na apuração das eleições.
Nos últimos meses, Bolsonaro tem elevado o tom contra o sistema de votação eletrônico e chegou a dizer que não haveria eleição sem o voto em papel. A principal reivindicação da Defesa, que tem adotado discurso semelhante ao do presidente, é que o TSE publique um arquivo com os boletins de urnas. O documento imprenso ao final da votação em cada sessão eleitoral fica disponível nos colégios eleitorais e podem ser utilizados para conferir os votos depositados na urna.
Em tese, com os arquivos reunidos, é possível fazer uma conferência e uma contagem paralela dos votos.
Ministros próximos de Bolsonaro dizem que o presidente pode transformar o 7 de setembro em uma celebração da campanha e desistir dos ataques ao Judiciário caso o TSE ceda aos militares.
Segundo estes mesmos políticos ouvidos pela colunista da BandNews FM, o discurso do chefe do Executivo contra as urnas não agrega votos e a mudança de postura poderia ajudar a reconquistar eleitores desacreditados com o governo.
A jornalista Mônica Bergamo ainda apurou que há disposição do TSE para distensionar a relação com Bolsonaro.
Nesta terça-feira (16), o presidente compareceu à posse de Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Ele é crítico do magistrado, que também atua nos processos contra Fake News e Milícias Digitais no Supremo Tribunal Federal.
Moraes fez um discurso exaltando a urna eletrônica e o processo eleitoral brasileiro e trocou afagos com Bolsonaro durante a cerimônia que reuniu ainda os principais candidatos à presidência: Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes e Simone Tebet. Também compareceram os ex-presidentes José Sarney, Dilma Rousseff e Michel Temer.