Os ministros do Supremo Tribunal Federal impuseram a realização de um discurso reconhecendo a derrota para que recebessem o presidente Jair Bolsonaro (PL) na Corte. Na terça-feira, o derrotado no pleito deste ano esteve com a presidente do STF, Rosa Weber, e com os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Luiz Fux, Kassio Nunes Marques e André Mendonça, estes dois últimos foram indicados por Bolsonaro para o Supremo.
A colunista da BandNews FM Mônica Bergamo conversou com magistrados do STF e apurou que os ministros ainda não entenderam as razões para o encontro. Bolsonaro não fez nenhum pedido e nem discutiu melhorias para o Brasil na reunião, segundo apuração da jornalista.
O presidente tinha o desejo de se encontrar com ministros no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, antes do discurso em que quebrou o silêncio de 44 horas após a derrota. Mas os magistrados resistiram à reunião por medo de uso político.
Segundo a colunista, havia um temor de que o presidente chantageasse os ministros com algum tipo de pedido não republicano.
O clima depois do reconhecimento implícito no discurso de dois minutos teria deixado os magistrados aliviados.
O presidente Jair Bolsonaro tem um histórico de enfrentamento com o Supremo Tribunal Federal. Ao longo do governo, foram muitas as polêmicas e as acusações de que o STF não deixava o presidente governar. Em 2021, Bolsonaro chegou a dizer que não cumpriria mais decisões judiciais da Suprema Corte.