Mônica Bergamo: Bolsonaro não parabeniza Petro, eleito presidente colombiano

Em mensagens privadas com auxiliares, Bolsonaro demonstrou preocupação com o fortalecimento da esquerda na América Latina

Rádio BandNews FM

O presidente Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou oficialmente sobre a vitória do esquerdista Gustavo Petro. O ex-prefeito de Bogotá e atual senador venceu neste domingo (19) o segundo turno da eleição presidencial colombiana. Ele derrotou o empresário populista Rodolfo Hérnandez.

Embora não tenha se pronunciado oficialmente, Bolsonaro enviou mensagens privadas com críticas a eleição de Petro. Em mensagens trocadas no Whatsapp, o chefe do Executivo enviou um link com uma reportagem da BBC News Brasil que tinha o título "Ex-guerrilheiro vence eleição na Colômbia e será primeiro presidente de esquerda do país" e escreveu abaixo:  "Cuba... Venezuela... Argentina... Chile ... Colômbia... Brasil???".

As informações são da colunista da BandNews FM Mônica Bergamo.

Ministros e interlocutores de Bolsonaro afirmaram que ele também comentou a alta abstenção da eleição colombiana. No país, o voto não é obrigatório e cerca de 45% dos cidadãos não compareceram às urnas – o número é o menor em duas décadas na Colômbia.

O presidente estaria preocupado com a possibilidade de a abstenção no Brasil ser alta, mesmo que o voto seja obrigatório, segundo fontes da jornalista.

O fortalecimento da esquerda também acontece em outros lugares da América Latina, como a Bolívia, Peru e Chile. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.

Pelas redes sociais, o ex-presidente Lula parabenizou Petro pela vitória. O petista afirmou ainda que a “vitória fortalece a democracia e as forças progressistas na América Latina”.

Já o pré-candidato à presidência pelo PDT, Ciro Gomes, desejou um bom governo ao esquerdista colombiano e afirmou torcer para ele não tenha interferências ruins durante a gestão.

A demora de Bolsonaro em reconhecer a vitória do colombiano repete o atraso do presidente brasileiro em reconhecer a vitória de Joe Biden, nos Estados Unidos, e de Alberto Fernandez, na Argentina.