Mônica Bergamo: Bolsonaro aposta em abstenção no Nordeste para 2º turno

Aliados do presidente afirmam que estados mais lulistas liquidaram a conta no primeiro turno e agora devem ter a campanha diminuída

A campanha à reeleição de Jair Bolsonaro, do PL, aposta em uma maior abstenção no Nordeste no segundo turno para diminuir a vantagem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, tem na região. Aliados do presidente ouvidos pela colunista da BandNews FM Mônica Bergamo afirmam que a vitória de governadores em primeiro turno em estados vantajosos para Lula deve esvaziar os próximos 28 dias de campanha.

Lula obteve 48,43% contra 43,20% de Bolsonaro, no 1º turno.

Nos estados que obteve a maior votação, no entanto, os governadores lulistas foram eleitos na etapa inicial. Ceará, com Elmano de Freitas (PT), Maranhão, com Carlos Brandão (PSB) e Piauí, com Rafael Fonteles (PT). Lula obteve mais de 60% dos votos em todos esses estados e os aliados de Bolsonaro entendem que sem a campanha estadual há menor interesse para trabalhar pela campanha.

A colunista da BandNews FM destaca ainda que as campanhas para deputado federal e estadual movimenta muitos cabos eleitorais e ajuda na busca por votos presidenciais, logo, há uma menor movimentação mesmo na disputa do segundo turno.

Enquanto isso, os coordenadores de campanha de Bolsonaro apostam em uma movimentação intensa de Tarcísio de Freitas, por São Paulo, para conquistar mais votos e aumentar a distância para Lula no território paulista. Os bolsonaristas também apostam no empenho maior de Romeu Zema, governador reeleito de Minas Gerais, para tirar a vantagem do petista no estado.

Enquanto aposta na abstenção no Nordeste, o presidente terá que contar com a boa vontade do eleitor fluminense e mineiro, que fecharam a eleição em primeiro turno.

A aposta na abstenção é uma constante na campanha de Bolsonaro e preocupa os petistas, que fizeram campanha pelo comparecimento do eleitorado nos últimos dias de campanha da etapa inicial.

Amostras do Tribunal Superior Eleitoral analisado pelas campanhas já mostrou que os eleitores mais pobres e menos escolarizados são os que menos comparecem nas urnas, o que prejudica a intenção de voto de Lula, que tem nesses grupos os melhores índices eleitorais.