A colunista Mônica Bergamo, da BandNews FM, informou durante a manhã desta segunda-feira (23) que há uma tensão crescente entre bolsonaristas sobre a possibilidade de aumentar o número de delações premiadas sobre o inquérito que investiga a tentativa de um golpe de estado no Brasil após as eleições presidenciais de 2022.
De acordo com a jornalista, pessoas próximas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) rechaçam as chances do general Walter Braga Netto firmar um acordo de colaboração com a Polícia Federal (PF).
No entanto, estes mesmos também avaliam que há a possibilidade de que a prisão do general 'quatro estrelas' pode incitar outros militares, de patentes mais baixas, a delatarem para escapar de punições mais rigorosas.
Segundo membros do grupo bolsonarista, Braga Netto conseguiria resistir a um tempo maior no cárcere e com restrições a sua liberdade. Porém, militares menos graduados tendem a enxergar uma possível prisão como uma ameaça.
Se um candidato a vice-presidente, general quatro estrelas, não escapou de um longo período na prisão, que dirá personagens com menor projeção e respaldo.
Este teria sido o sentimento que levou o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens Mauro Cid a realizar uma delação premiada junto a Polícia Federal. A possibilidade de recompor sua vida e preservar sua família foi escolhida em detrimento de uma lealdade ao ex-presidente.
No último dia 14 de dezembro, o general Walter Braga Netto foi preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por obstrução de Justiça. De acordo com o magistrado, Braga Netto tentou ter acesso ao que Mauro Cid relatou e seu acordo de colaboração. O militar nega.
Na última semana, o general contratou o criminalista José Luis Oliveira Lima para representá-lo. O advogado negou qualquer possibilidade de firmar um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, "uma vez que não praticou nenhum ilícito".