O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva já tem a convicção de o vice-presidente Geraldo Alckmin terá um papel central no novo governo que se inicia em janeiro de 2023. Na organização da Esplanada dos Ministérios, surgiu a ideia de que o ex-governador de São Paulo ocupe um ministério a ser criado para aumentar o diálogo com setores industriais e pequenos empresários.
Informações apuradas pela colunista da BandNews FM Mônica Bergamo indicam que a ideia de momento é que o vice assuma o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços. A pasta existia em governos petistas e foi extinto pelo presidente Jair Bolsonaro. Na campanha, o atual presidente disse que se arrependeu de cortar este ministério.
Assumindo a interlocução com setores industriais e pequenos e microempresários, Alckmin participaria ainda do Conselhão – instituição vigente em governos petistas e que reúnem empresários para auxiliar e aconselhar o presidente sobre os rumos do país.
A ideia é criar um superministério que permitiria ao vice uma grande participação no governo e uma proximidade maior com o presidente eleito, já que esta é uma área sensível e que aparece como prioridade para Lula.
O petista já indicou que o vice-presidente terá papel de destaque no governo e que não será apenas um vice “decorativo”.
Alckmin assumiu a coordenação da transição de governo, uma indicativo a mais de que terá papel importante no governo.
Outras opções ventiladas para abrigar Geraldo Alckmin são os ministérios da Fazenda ou da Defesa.
Na pasta que comanda a economia, no entanto, o vice-presidente poderia passar por um desgaste muito grande caso a economia exija mudanças de rumos ao longo do governo. Uma demissão do ministro/vice-presidente poderia causar uma crise grande para o novo governo.
Sobre Alckmin ocupar a Defesa, há um entendimento que é preciso um nome com maior interlocução com os militares, que se afastaram do PT e fizeram parte entusiasmado do atual governo.
A definição do papel que Alckmin terá no futuro governo deve ficar mais claro a partir de segunda-feira (07), quando Lula e o vice vão se reunir para dar o ponta pé inicial dos trabalhos de transição.