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Modelo híbrido e cuidados com saúde mental são heranças da pandemia no mercado de trabalho

Cinco anos após a disseminação de Covid-19 pelo mundo, a Band News FM exibe uma série de reportagens especiais sobre transformações em diferentes setores

Por Débora Alfano

Modelo híbrido e cuidados com saúde mental são heranças da pandemia no mercado de trabalho
Home office
Freepik

Trabalhar em casa foi uma imposição para muita gente no período de isolamento social. Acabou dando certo em áreas onde o trabalho remoto é possível, trazendo economia e outros benefícios para os funcionários. Inclusão de pessoas de diferentes regiões e aumento de produtividade foram outras vantagens apontadas pelos que aprovam o trabalho à distância.

Mas de 2023 para cá, nota-se um declínio do home office: a plataforma de recrutamento Gupy, por exemplo, aponta queda no registro de vagas de trabalho remoto, em 2025, enquanto o número de oportunidades de trabalho presencial ou híbrido está em ascensão.

No entanto, isso não significa que o home office esteja com os dias contados, na avaliação da diretora do ecossistema Great People/ Great Place do Work. A autora do livro 25 anos de História na Gestão de Pessoas e Negócios nas Melhores Empresas para Trabalhar, Daniela Diniz, explica que não existe modelo de trabalho certo ou errado, existe modelo adequado. Segundo ela, muitos gestores necessitam que funcionários voltem ao presencial por falta de confiança e controle.

O economista, pesquisador e coordenador das Sondagens Empresariais e de Indicadores de Mercado de Trabalho da Superintendência Adjunta para Ciclos Econômicos da FGV IBRE, Rodolpho Tôbler, ressalta outra transformação gerada pela pandemia: a preocupação com a saúde mental do trabalhador.

 Dados do próprio governo, do INSS, mostram o afastamento de pessoas por questões de burnout, de estresse e isso está muito ligado esse mundo pós-pandemia. O que temos observado é que existe uma dificuldade muito grande, no trabalho remoto, de o funcionário conseguir encerrar o expediente, porque no trabalho presencial isso fica muito claro. Na hora em que você sai do seu prédio e vai para sua casa existe uma diferença muito grande, marco de encerramento da atividade. Já quando você trabalha dentro da sua própria casa, muitas vezes fica mais difícil que ter esse controle. Você acaba se perdendo nesse período e isso acaba trazendo mais estresse.

A legislação trabalhista passou por uma atualização importante que reforça a necessidade de olhar para o bem-estar psicológico dos colaboradores. 

O desafio é aplicar ações efetivas na prática, já que muitas empresas ainda não têm maturidade na gestão de pessoas, na avaliação de Daniela Diniz: 

O tema não é novo, mas a prática corporativa relacionada a esse tema é nova. O seu discurso tem que estar atrelado a sua prática. Se a sua empresa tem um ambiente tóxico, um ambiente de controle, um ambiente onde os gestores não conhecem verdadeiramente seus profissionais, seu time e se preocupam um genuinamente com eles, não adianta você simplesmente criar um grupo de afinidades de assuntos ou simplesmente fazer uma palestra motivacional e instrutiva sobre o tema.

A nova redação da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) exige que as empresas incluam os riscos psicossociais no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO).

Ou seja, questões como assédio moral, estresse ocupacional e condições de trabalho inadequadas agora fazem parte das obrigações formais das organizações.

Ouça a reportagem completa:

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