A equipe da Agência Internacional de Energia Atômica que viajou até a cidade ucraniana de Zaporizhzhya conclui que os intensos combates que acontecem na região violaram “a integridade física” da maior usina nuclear da Europa. Segundo a missão da AIEA, que faz parte da ONU, será necessário manter técnicos do órgão no local.
“Eu me preocupo, e continuarei preocupado com a usina até termos uma situação mais estável, que seja mais previsível. É óbvio que a usina e sua integridade física foram violadas diversas vezes por acaso e por deliberação", afirmou Rafael Grossi, diretor-geral da agência nesta quinta-feira (01).
Russos e ucranianos têm trocado acusações sobre a responsabilidade por bombardeios realizados na região. Enquanto isso, autoridades internacionais alertam para o risco de uma catástrofe atômica.
Terceiro maior complexo nuclear do mundo, Zaporizhzhia abriga seis dos 15 reatores ucranianos, com capacidade de fornecer energia a 4 milhões de residências. A usina foi ocupada pelas tropas da Rússia no início de março, quando instalações chegaram a ser danificadas por foguetes e disparos de artilharia, mas não houve danos nos reatores em operação.
Mesmo sob controle russo, o complexo é operado por funcionários ucranianos, que, de acordo com relatos de Kiev, trabalham em regime de “semiliberdade”. Estima-se que 500 militares russos estejam na central, também usada como local de armazenamento de armas e equipamentos de combate.