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Ministro Gilmar Mendes associa assassinato de Moïse à milícia

Magistrado cobrou no Twitter que Ministério Público avance contra o poder paralelo

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Moïse Kabagambe foi morto no dia 24 de janeiro e gerou onda de protestos. Foto: reprodução
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O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes associou neste domingo (6) o assassinato do congolês Moïse Kabagambe com o domínio de milicianos e a ocupação irregular de áreas por um poder paralelo. O imigrante de 24 anos foi assassinado no dia 24 de janeiro após ser agredido em um quiosque da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

A postagem em uma rede social ainda cobra que o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e o Ministério Público Federal avancem com investigações contra a milícia.

Segundo Gilmar, “a ocupação irregular de áreas estratégicas por grupos de milícias está por trás da crise de segurança pública”. Na postagem, o magistrado ainda afirma que “o caso Moïse traça suas raízes no poder do Estado paralelo e na invisibilidade do controle armado”.

Moïse foi morto por três homens que o agrediram por quase dez minutos com socos, chutes e paus. O congolês tinha ido ao quiosque Tropicalha, na praia da Barra da Tijuca, cobrar por diárias não pagas de serviços prestados no atendimento de clientes. A dívida seria de duzentos reais.

Segundo os agressores, que estão presos, o imigrante estava incomodando o público. A polícia investiga se os três homens prestavam algum tipo de serviço para os donos do quiosque, embora eles não sejam contratados no local.

O ministro já tinha se pronunciado, também pelo Twitter, na última quinta-feira (3) sobre a morte do homem negro. Na ocasião, o magistrado afirmou que o crime alertava para “os riscos da intolerância, do racismo e da xenofobia no Brasil”. Gilmar ainda completou: “cenas de ódio e barbarie precisam gerar uma reflexão mais ampla sobre as políticas de integração dos imigrantes.

PROTESTOS PEDEM JUSTIÇA

No sábado (5), atos foram realizados em diferentes cidades brasileiras pedindo justiça para Moïse, contra o racismo e a discriminação de imigrantes. No Rio de Janeiro, a família de Moïse participou do ato que saiu do local em que o congolês foi morto.

Protestos ocorreram também no exterior. Grupos de brasileiros se reuniram em embaixadas e consulados do Brasil em deferentes países para protestar.

Após a repercussão do caso, a Prefeitura do Rio anunciou a cassação da licença de operação do quiosque Tropicalha e a destinação do espação para um centro de valorização da cultura congolesa. A família de Moïse será responsável pelo local.