Ministro do TSE inclui minuta golpista em investigação contra Bolsonaro

Benedito Gonçalves deu prazo de três dias para que Bolsonaro e Braga Netto se pronunciem sobre o conteúdo do documento encontrado na casa de Anderson Torres

BandNews FM

Ministro do TSE inclui minuta golpista em investigação contra Bolsonaro
Ministro do TSE inclui minuta golpista em investigação contra Bolsonaro
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, decidiu pela inclusão da minuta golpista encontrada na casa do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, em uma investigação já em tramitação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e o candidato à vice-presidência da chapa, Braga Netto. 

A decisão foi assinada nesta segunda-feira (16). Gonçalves deu prazo de três dias para que o ex-presidente se pronuncie sobre o conteúdo do documento apreendido pela Polícia Federal. 

Ele foi encontrado na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro na última quinta-feira (12) após a PF cumprir um mandado de busca e apreensão no local. 

A íntegra da decisão de Benedito Gonçalves pede ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que envie uma cópia oficial da minuta de decreto de Estado de Defesa. 

A decisão ainda pede a Moraes o envio de outros documentos apreendidos pela PF que citem o processo eleitoral de 2022 com objetivo de deslegitimar o resultado. 

Gonçalves atendeu a um pedido do Partido Democrático Trabalhista (PDT) em uma das ações na qual que Jair Bolsonaro é acusado de abuso do poder político e uso indevido dos meios de comunicação. 

O magistrado justifica na decisão que a investigação de Bolsonaro, que já estava em curso, tem relação com a minuta golpista encontrada.

 “Constata-se, assim, a inequívoca correlação entre os fatos e documentos novos e a demanda estabilizada, uma vez que a iniciativa da parte autora converge com seu ônus de convencer que, na linha da narrativa apresentada na petição inicial, a reunião realizada com os embaixadores deve ser analisada como elemento da campanha eleitoral de 2022, dotado de gravidade suficiente para afetar a normalidade e a legitimidade das eleições e, assim, configurar abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação”, escreveu o ministro.