A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado aprova o convite do ministro da Educação, Milton Ribeiro, para que ele dê explicações sobre o áudio divulgado nesta semana sobre o favorecimento de prefeitos indicados por pastores na liberação de recursos da pasta. O requerimento aprovado nesta quinta-feira (24) não determina uma data para que o ministro seja ouvido, mas o depoimento pode ocorrer no dia 31 de março, a próxima quinta.
Os parlamentares aprovaram anteriormente a convocação do ministro, mas um acordo de governistas para blindar Ribeiro, transformou em convite a chamada. Como convocação, o chefe da pasta não poderia faltar e precisaria comparecer conforme determinação dos congressistas.
Ribeiro deve esclarecer o áudio em que afirma que o governo federal prioriza pedidos de liberação de verba para pastores que não tem cargo na pasta. O chefe da Pasta cita os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.
"Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar. Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão de Gilmar. Apoio. Então o apoio que a gente pede não é segredo, isso pode ser (inaudível) é apoio sobre construção das igrejas", afirmou Milton Ribeiro em um áudio revelado nesta semana.
O presidente da comissão, senador Marcelo Castro, disse ter sido procurado pelo ministro para dar explicações no colegiado já esta semana, mas a decisão foi por votar a convocação antes.
INVESTIGAÇÃO
Deve ser analisado pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, o pedido da Procuradoria-Geral da República para investigar o ministro da Educação, Milton Ribeiro.
O objetivo da PGR é apurar as suspeitas de favorecimento a prefeitos “amigos” de pastores na destinação de verbas para construção de escolas e creches pelo MEC.
Entre os que devem ser investigados estão Arilton Moura e Gilmar Santos, que – segundo as denúncias – teriam pedido até ouro em troca da liberação de recursos.
O material divulgado pela PGR não faz qualquer menção a Jair Bolsonaro, citado em um áudio de Milton Ribeiro.
Nele, o ministro diz que a atenção dada aos prefeitos indicados por pastores atenderia a um pedido do presidente.
Em nota, no entanto, Milton Ribeiro isentou Jair Bolsonaro.