O Ministério da Defesa encaminhou nesta quarta-feira (09) ao Tribunal Superior Eleitoral um ofício com o resultado da fiscalização realizada nas urnas eletrônicas. No documento, os militares sublinham que o "sistema de votação não está isento da influência de um eventual código malicioso", mas não aponta fraude no processo eleitoral encerrado no último dia 30 de outubro.
O documento assinado pelo ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira foi recebido com satisfação pelo TSE, que em nota destacou que a Defesa, assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022.
O resultado da fiscalização realizada pelos militares era aguardado em Brasília, já que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro têm questionado o resultado das eleições e têm promovidos atos ilegais em rodovias pelo país. Existia o temor que o documento insuflasse os protestos antidemocráticos.
Os militares entraram na comissão de fiscalização das urnas eletrônicas após um convite do TSE e fizeram sugestões para o aperfeiçoamento do processo eleitoral. A participação das Forças Armadas foi por vezes questionada, já que existia uma preocupação de alinhamento do discurso do presidente Jair Bolsonaro, que questiona o voto eletrônico.
Durante uma entrevista em Brasília na tarde de terça-feira, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, presidente do PL - partido do presidente Bolsonaro -, disse que o político esperava o resultado do relatório das Forças Armadas para reconhecer por completo o resultado da eleição deste ano.
O presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou até o início da manhã desta quinta-feira (10) sobre o documento entregue pelos militares.