O Governo Federal mudou pela terceira vez a versão sobre a data em que teria sido avisado sobre o risco de faltar oxigênio em Manaus.
Inicialmente, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia admitido que recebeu uma notificação da White Martins – empresa responsável pelo abastecimento na cidade – no dia 8 de janeiro, antes do início da crise na cidade. Depois, em depoimento à Polícia Federal no inquérito que investiga se houve negligência do governo no combate à pandemia no Amazonas, ele apresentou uma nova data: 10 de janeiro.
Agora, em ofício entregue ao Supremo Tribunal Federal, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, afirmou que o e-mail da White Martins chegou apenas no dia 17 de janeiro.
Manaus sem oxigênio
A situação em Manaus já se agravava desde dezembro, após um aumento expressivo no número de casos de Covid-19, que resultou em um grande número de internações e em lotações de hospitais de referência. No dia 14 de janeiro, o pior aconteceu: mais de 30 pessoas morreram após o colapso que resultou na falta de oxigênio.
Familiares de pacientes internados necessitaram comprar respiradores por conta própria. Para sobreviver, muitos tiveram de ser transferidos para outros estados.