Minas Gerais: Jornalistas são feridos em protesto de policiais

Manifestantes utilizaram bombas e armas nas ruas de Belo Horizonte

Rádio BandNews FM

 Em mais um dia de manifestações das forças de segurança de Minas Gerais, profissionais da imprensa são hostilizados e impedidos de cobrirem o ato no centro de Belo Horizonte.

Dois repórteres do Grupo Bandeirantes precisaram de atendimento médico após bombas explodirem próximo ao local em que eles estavam.

A repórter Laura França, da TV Band Minas, precisou ser socorrida e receber atendimento médico após uma bomba estourar ao lado da profissional.

Minutos depois, o nosso repórter da BandNews BH, Caio Tárcia, também foi hostilizado pelos manifestantes, que ainda jogaram um bomba bem próximo dele, que teve que se esconder em uma loja.

Sobre o estado de saúde dos repórteres, após uma primeira consulta, foi constatado um trauma auditivo na profissional da TV Band Minas, que é acompanhada pelos médicos. O jornalista da BandNews também passou por exames e foi liberado.

A concentração para o ato começou cedo no centro de Belo Horizonte. Os servidores da segurança pública de Minas se reuniram na Praça da Estação e de lá seguiram para a Praça Sete, Praça da Liberdade, e para a Cidade Administrativa.

Por determinação da Justiça Estadual, os protestantes não poderiam fechar vias públicas, utilizar bombas e foguetes, e o porte de arma também foi proibido, medidas que foram desrespeitadas pelos participantes.

O que aconteceu nas ruas da capital mineira foi o uso de diversas bombas, que assustaram a população, além de muitos agentes de segurança armados. Com medo, alguns comerciantes fecharam as lojas. 

Nas redes sociais, o procurador-geral do Ministério Público de Minas, Jarbas Soares, disse que as manifestações são legítimas, mas não os excessos, e que o órgão tomará providências após a utilização de bombas no protesto, descumprindo ordem judicial.

A principal reivindicação dos servidores é um reajuste salarial de 41%. No final de fevereiro, o governador Romeu Zema anunciou um reajuste de 10% para todo o funcionalismo público, incluindo a segurança, o que não agradou as categorias.

Segundo a representante da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis, Aline Rise, as categorias vão continuar mobilizadas.

Repercussões

A Associação Brasileira de Imprensa se posicionou e cobrou do governo de Minas providências para a garantia da segurança dos profissionais da imprensa.

Procurada, a Polícia Militar disse que o ato público envolve quatro categorias da segurança pública e que cada órgão é acompanhado e supervisionado por sua respectiva corregedoria.

Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais disse que adotou medidas para apurar autoria, materialidade e circunstâncias da prática de possível ato que provocou ferimentos em jornalistas que trabalhavam na cobertura da manifestação.

Já o Sindpol, sindicato que representa os policiais civis, disse que, em relação às bombas e foguetes, é contra tais atitudes e repudia qualquer ato voltado contra os repórteres e demais profissionais de imprensa.

O Grupo Bandeirantes repudia e cobra providências acerca dos incidentes ocorridos durante a manifestação das forças de segurança pública em Minas Gerais, que colocaram em risco a integridade física de dois profissionais da empresa.

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