Parte da mina 18 da Braskem, que estava em risco de colapso, se rompeu neste domingo (10) em Maceió. Segundo a defesa civil municipal, a ruptura aconteceu por volta das 13h e foi percebida em um trecho da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange. A área da mina e o entorno estão isolados e, de acordo com as autoridades, não há riscos para civis.
O governador de Alagoas, Paulo Dantas, convocou uma reunião para próxima segunda-feira (11), com o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, para discutir o rompimento da mina. Segundo Dantas, também são esperados representantes do governo federal e outros 8 prefeitos de municípios afetados pelo afundamento.
O Ministério Público Federal anunciou que vai exigir o cumprimento das cláusulas que obrigam a Braskem a tomar providências específicas em caso de abertura de crateras no solo em Maceió.
Entre os itens do acordo com a Braskem, segundo o MPF, está a obrigatoriedade de que a companhia contrate uma empresa especializada para fazer o diagnóstico ambiental e um plano para mitigar, compensar ou reparar eventuais danos provocados pelo buraco.
O Ministério Público afirma que, em novembro, recomendou à Agência Nacional de Mineração que revisasse todos os planos de fechamento de minas, o que, de acordo com o órgão, foi acolhido pela ANM.
Segundo o boletim mais recente da defesa civil, o afundamento do solo na área chegava a dois metros e trinta e cinco centímetros, com velocidade de cerca de meio centímetro por hora. Nas vinte e quatro horas anteriores, o deslocamento havia sido de doze centímetros e meio.
Na última sexta-feira (8), o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas suspendeu a licença da Braskem para demolição dos imóveis afetados pelo afundamento provocado pela exploração mineral da empresa. Segundo o instituto, a medida foi tomada por causa do agravamento da situação, principalmente no bairro do Mutange, onde fica a mina.
Pelo menos 14 mil edificações foram condenadas nos cinco bairros afetados pelo problema e ao menos 60 mil pessoas foram afetadas diretamente nos cinco bairros no entorno da mina. A Braskem diz que pagou mais de quatro bilhões de reais em indenizações para moradores e comerciantes e que a área onde ocorre o afundamento está desocupada desde 2020.