Um decreto publicado nesta quarta-feira (02) pelo presidente da Argentina, Javier Milei, classifica as Aerolíneas Argentinas como "sujeita a privatização", e intensifica o conflito entre governo e sindicatos.
A medida é o primeiro passo para desestatização da companhia aérea, que depende de análise do Congresso Nacional, tendo em vista que a legislação do país exige a aprovação do Legislativo.
No texto, Milei elogia a possibilidade da desestatização e diz que a medida trará benefícios aos argentinos.
"A privatização da empresa e o seu funcionamento em condições de mercado permitirão uma melhor prestação de serviços, o cuidado dos cofres públicos e, principalmente, que os argentinos deixem de financiar o déficit de uma empresa ineficiente", diz trecho do documento.
Em setembro deste ano, funcionários da companhia lideraram uma greve de 24 horas no Aeroparque e em Ezeiza, dois aeroportos de Buenos Aires. Ao menos 37 mil passageiros e 319 voos foram afetados pela paralisação.
Segundo a Associação Pilotos de Linhas Aéreas e a Associação Argentina de Aeronavegantes, as manifestações reivindicavam um aumento salarial de 25%. Em contrapartida, o governo de Milei ofereceu reajuste de 11%, que não foi aceito.