As trocas na presidência da Petrobras podem afastar investidores e ter impacto negativo para a companhia no médio prazo, segundo especialistas. Nesta segunda-feira (23), o Governo Federal anunciou a saída de José Mauro Coelho, depois de cerca de 40 dias no cargo.
É a terceira troca na presidência da estatal, desde o início do mandato do presidente Jair Bolsonaro, em 2019.
O planalto indicou Caio Mário Paes de Andrade para o cargo, que era responsável pela Secretaria de Desburocratização no Ministério da Economia e é um nome de confiança do ministro Paulo Guedes.
O professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas, Mauro Rochlin, diz que as mudanças causam insegurança nos investidores sobre a governança da Petrobras. Nesta terça-feira (24), as ações da Petrobras já registraram uma queda de quase 3%.
Em comunicado, o Governo disse que o Brasil vive um momento "desafiador", por causa dos efeitos da "extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais". Para Mauro Rochlin, a indicação de Caio Paes de Andrade demonstra a intenção do Governo de mudar parcialmente a política da Petrobras.
A colunista de Economia da BandNews FM, Juliana Rosa, afirma que a ideia é que os reajustes dos preços dos combustíveis sejam mais espaçados, em períodos de cem dias, segurando os valores para as distribuidoras e para os consumidores. Mas Juliana Rosa explica que a intenção gera um receio de desabastecimento no país.
De janeiro a março, o lucro da Petrobras foi de R$ 44,5 bilhões. Segundo a Petrobras, ainda não há data para o Conselho de Administração da empresa analisar o nome de Caio Paes de Andrade para a presidência.