Megale sobre caso Moraes: "Lamentável e gravíssimo, não descarto um impeachment"

Âncora comentou sobre uma reportagem do jornal Folha de São Paulo a respeito da atuação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que teria atuado fora do rito para investigar bolsonaristas

O âncora da BandNews FM, Luiz Megale, comentou durante a manhã desta quarta-feira (14) sobre uma reportagem veiculada pelo jornal Folha de São Paulo a respeito da atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que teria atuado fora do rito para investigar bolsonaristas.

De acordo com o jornalista, caso se comprove a atuação do magistrado, é possível concluir que o "pontapé inicial" de Moraes nos casos por ele investigados seria fora da área de atuação de um ministro da Suprema Corte.

"É grave, é bastante grave. Os crimes que estão sendo investigados, quase todos foram cometidos. Mas isso não dá a Alexandre de Moraes o poder de agir como investigador, acusador e julgador. Alexandre de Moraes não é Ministério Público, não é Polícia Federal, não é delegado. É ministro do Supremo Tribunal Federal e, na época, presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Isso já é poder demais para aceitar que ele extrapole esses limites", disse.

Ainda de acordo com Megale, no momento em que Moraes influenciava assessores do TSE por meio de mensagens do WhatsApp, ou seja, fora do ordenamento jurídico para que esses relatórios fossem produzidos, ele teria uma peça concreta nas mãos para justificar suas ações subsequentes.

"Eles sabiam que estavam sapateando o direito e o devido processo legal, tanto que faziam por baixo dos panos. [...] E vem mais, a gente conhece a curadoria desse tipo de notícia bombástica. Vejam como foi na época da Vaza-Jato. As notícias vieram a conta gotas, [...] se tornou insustentável a defesa de Sergio Moro e a defesa da Força-Tarefa de Curitiba. E boa parte do que foi decidido por essa turma foi cancelado, foi suspenso", afirmou Megale.

"Por muito menos, quase tudo aquilo que a Lava Jato produziu, foi cancelado. Alexandre de Moraes, devido a uma ação que extrapolou completamente a atuação que já é bastante ampla garantida a ele pelo Estado brasileiro, pode estar colocando em risco uma investigação que terminaria, culminaria, em condenações a pessoas que cometeram, de fato, esses crimes", completou o âncora.

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