Megale: Bolsonaro terá de aceitar a prisão porque é a consequência democrática de suas escolhas

Ex-presidente, general Braga Netto e outras 35 pessoas foram indiciadas nesta quinta-feira (21) no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado

Os indiciados são suspeitos dos crimes de abolição violenta ao Estado democrático de Direito, organização criminosa e golpe de Estado.

Para Megale, Bolsonaro, que semanas atrás escreveu um artigo no jornal Folha de S.Paulo intitulado "Aceitem a democracia", terá de "aceitar a prisão porque é a consequência democrática de suas escolhas e de seus atos à luz do dia".  

"Se não tivesse tido uma atuação tão asquerosa na pandemia, provavelmente ele teria sido reeleito. Não tendo sido, bastava não partir para essa narrativa golpista (...) ele teria boas chances de ser reeleito em 2026, mas ele optou pelo caminho do crime. Sim, ele optou pelo caminho do crime", disse o jornalista.  

Bolsonaro comentou o indiciamento no X, antigo Twitter. Na publicação, uma repostagem de uma declaração que deu ao portal Metrópoles, ele afirmou que "não pode esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar" e disse que vai aguardar seu advogado.  

Além dos atos criminosos de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília, o inquérito inclui o recém descoberto do planejamento dos assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice, Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que chegou a ser discutido na casa do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na então chapa de Jair Bolsonaro, que também foi indiciado no inquérito.  

Agora, o relatório final da Polícia Federal (PF), que tem mais de 800 páginas, está na Procuradoria-Geral da República, que tem até 15 dias para analisar.  

"Poucas vezes vimos um caso com tantas provas produzidas à luz do dia (...) nesse caso, tudo foi produzido debaixo dos nossos narizes com a certeza absoluta do sucesso. O inquérito, muito longo, coloca Bolsonaro como líder e as provas são escandalosas", analisou Megale.  

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