Médico preso por manter paciente em cárcere responde a 19 processos na Justiça

Bolivar Guerrero está detido preventivamente

Rádio BandNews FM

Sete pacientes operadas pelo equatoriano prestaram depoimento. Foto: Reprodução
Sete pacientes operadas pelo equatoriano prestaram depoimento.
Foto: Reprodução

A Justiça converteu para preventiva a prisão do cirurgião equatoriano Bolivar Guerrero Silva, suspeito de manter em cárcere privado por dois meses uma paciente que teve complicações após cirurgia plástica. O médico foi transferido para o sistema prisional.  

Ele foi detido na segunda-feira (18) em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A polícia suspeita que o equatoriano queria evitar que o caso viesse à tona. O pai da paciente, cuja identidade está sendo preservada, diz que não sabia que a filha estava internada havia tanto tempo.  

Além do médico e de funcionários do hospital, sete pacientes operadas pelo equatoriano prestaram depoimento na Delegacia de Atendimento à Mulher. Elas se apresentaram espontaneamente e acusaram o cirurgião de erros médicos e negligência.

A dona de casa Cláudia Rodrigues afirma que não morreu por pouco. Ela contou que teve duas paradas cardíacas e foi atendida em uma UPA. Outra paciente, que não quis ser identificada, se queixou do resultado do implante da prótese de silicone.

Nas redes sociais, onde tem mais de 40 mil seguidores, Bolivar diz que transforma sonhos em realidade. Ele não revela, todavia, que responde a 19 processos na Justiça e que chegou a ser preso, em 2010, por falsificação de medicamentos.

Em 2016, uma paciente morreu depois de um procedimento estético feito pelo médico. Apesar do histórico, só agora o Conselho Regional de Medicina do Rio abriu uma sindicância para investigar os fatos, mas não suspendeu o registro de Bolivar Guerrero.

Em nota, médico e hospital negam as acusações. Bolivar disse que a paciente queria sair antes do final do tratamento, mas se recusou a assinar o termo de responsabilidade. A mulher ainda aguarda transferência em estado grave.