O medicamento que teria sido usado para envenenar o empresário Luiz Marcelo Ormond foi comprado pela própria suspeita de matar a vítima com uma receita médica. A afirmação é dos funcionários da farmácia onde a compra foi realizada, que prestaram depoimento à Polícia Civil na segunda-feira (3).
Eles apresentaram aos investigadores um demonstrativo de venda que mostra que Júlia Andrade Cathermol Pimenta pagou R$ 158 por 50 comprimidos, que teriam sido moídos e colocados em um brigadeirão servido ao empresário. Os funcionários disseram que vão levar a receita médica posteriormente.
A Polícia Civil já pediu à Justiça do Rio uma série de medidas cautelares, como a quebra do sigilo bancário da acusada, para rastrear as movimentações financeiras dela.
Em depoimento, Júlia alegou que o empresário se sentiu mal quatro dias antes do corpo ser encontrado, quando os dois beberam cerveja no play do prédio. Segundo ela, depois disso o casal subiu para o apartamento, momento em que eles aparecem nas imagens da câmera de segurança do elevador.
Julia também relatou uma briga com o empresário depois de descobrir que ele estaria conversando com outras mulheres pela internet. Ela alegou que decidiu ir embora de casa e, por isso, deixou o apartamento com uma mala no dia 20 de maio, horas antes do corpo ser encontrado.
As investigações apontam que Luiz Marcelo foi morto para que Júlia pagasse uma dívida de R$ 600 mil com a cigana presa acusada de envolvimento no caso, que fazia trabalhos espirituais para ela.
Segundo a Polícia Civil, Suyany Breschak sabia do plano criminoso e recebeu os bens roubados da vítima.
Em depoimento, a cigana disse que Júlia chegou a se queixar que o empresário estava dando menos dinheiro a ela.
Júlia segue foragida. A Polícia Civil também investiga se as armas que estavam registradas no nome do empresário estão com a acusada.
Na segunda-feira (3), além dos funcionários da farmácia, outras duas testemunhas foram ouvidas: um homem que se apresentou como namorado de Julia e o ex-marido da cigana.