Mauro Cid fica em silêncio em depoimento sobre fraude em cartões de vacina

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro é investigado sobre inserção de dados falsos no ConecteSUS

Rádio BandNews FM

Mauro Cid fica em silêncio em depoimento sobre fraude em cartões de vacina
Mauro Cid foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro
Foto: PR/Divulgação

O ex-ajudante de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente coronel do Exército Mauro Cid, prestou depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (18) sobre a suspeita de ter falsificado cartões de vacina contra a Covid-19 nos nomes do ex-presidente e da filha mais nova.

Preso há duas semanas, Mauro Cid ficou em silêncio durante o depoimento. Ele chegou à sede da corporação em Brasília por volta das 14h e saiu sem dar declarações.

A investigação apura a inserção de dados falsos no sistema ConecteSUS, que atestavam a imunização de Bolsonaro com duas doses da Pfizer. De acordo com a PF, um computador usado por Mauro Cid acessou os dados de vacinação do ex-presidente entre os dias 22 e 27 de dezembro.

Cid também foi questionado sobre a suposta adulteração das informações vacinais da família dele. Aliados de Bolsonaro, nos bastidores, esperavam que o ex-ajudante assumisse toda a responsabilidade dessas possíveis irregularidades.

Na terça-feira (16), Bolsonaro também prestou esclarecimentos à Polícia Federal nesse mesmo inquérito. Ele foi ouvido por cerca de três horas e afirmou que não sabia do esquema de fraude e que caso Mauro Cid tenha cometido o crime, foi por decisão própria.

Ele ainda disse que não teria qualquer razão para isso, já que não se vacinou contra doença, mas admitiu que Mauro Cid gerenciava o perfil dele nessa ferramenta.

Poucos dias antes de deixar o Palácio do Planalto, Bolsonaro e a família saíram do Brasil rumo aos Estados Unidos, e a Polícia Federal acredita que essas informações falsas tenham sido inseridas para facilitar a entrada deles no país.