O tenente-coronel Mauro Cid precisa se apresentar nesta segunda-feira (11) à Justiça para dar continuidade ao acordo de delação premiada homologado pela Justiça.
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro está em casa sendo monitorado por uma tornozeleira eletrônica.
A Polícia Federal quer voltar a ouvir o militar ainda nesta semana na condição de delator.
Com isso, Cid não poderá mentir nem ficar em silêncio durante as perguntas do depoimento.
A nova oitiva tem como promessa a apresentação de provas e novos elementos às investigações.
A apuração sobre a formação de milícias digitais e o inquérito sobre a venda de presentes oficiais recebidos por Jair Bolsonaro estão na lista.
Lula comentou sobre o acordo de delação premiada fechado por Mauro Cid em coletiva ainda na Índia. O presidente disse que vai ficar claro que Jair Bolsonaro estava "envolvido até os dentes" nos ataques do 8 de Janeiro.
O acordo homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes no último sábado (9) tem enfrentado resistências do Ministério Público Federal.
Além de instaurar procedimento interno, procuradores entraram no Supremo com um pedido para ter acesso aos documentos e às informações sobre o caso.
Os detalhes da delação e as provas que o militar apresentar no depoimento estão sob sigilo.
O MP também ofereceu a Mauro Cid um outro acordo, mas o tenente-coronel preferiu fechar com a Polícia Federal, o que é permitido desde 2018.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou no fim de semana que a PGR não aceita delações feitas à PF.
Com a queda de braço entre as instituições, alguns procuradores não descartam denunciar o ex-ajudante de ordens sem considerar o acordo.
A palavra final sobre uma possível acusação de Mauro Cid caberá, porém, ao STF, mesmo com a resistência do MP.
Neste domingo (10), o Exército confirmou afastamento do tenente-coronel, que ficará agregado ao Departamento-Geral do Pessoal da Força, sem ocupar cargo e exercer função.