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Mais de mil pessoas são presas na Rússia em atos contra Putin

Manifestações começaram após presidente russo anunciar a convocação de 300 mil reservistas para reforçar tropas na Ucrânia

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Mais de mil pessoas são presas na Rússia em atos contra Putin Foto: Reuters
Foto: Reuters

Mais de 1300 manifestantes foram presos até a madrugada desta quinta-feira (22) em Moscou, na Rússia, segundo grupos de oposição ao presidente Vladimir Putin. Milhares de pessoas foram às ruas protestar contra a convocação de 300 mil reservistas para engrossar as fileiras militares russas na Ucrânia.

Os protestos começaram após o anúncio do Kremlin de intensificação do conflito em território ucraniano. Nesta quarta-feira (21), em discurso televisionado, Putin ameaçou o Ocidente com o uso de todas as armas - em menção ao arsenal nuclear - para defender os “interesses do povo russo”.

Uma lei sancionada no início do ano proíbe o uso do termo guerra para se referir ao conflito na Ucrânia e nega o direito de livre manifestação em público aos russos.

Grupos opositores ao Kremlin desafiaram as autoridades e protestaram contra a guerra em diferentes pontos da capital do país. Com as sanções impostas à Rússia e a retirada de parte da imprensa internacional do país, é difícil confirmar o clima de tensão e cobrir adequadamente as manifestações.

A invasão da Ucrânia foi ordenada no dia 24 de fevereiro e completa sete meses nesta semana. O conflito é alvo dos discursos na Assembleia-Geral da ONU, onde países de diferentes partes do globo pedem por um acordo de cessar-fogo.

Mais de dois milhões de ucranianos deixaram o território desde o início dos combates e o número de deslocados dentro do país já passava de seis milhões, segundo relatórios das Nações Unidos.

O anúncio de Vladimir Putin de uma mobilização militar parcial no país, a primeira desde a Segunda Guerra, levou a uma corrida aos aeroportos, com russos tentando deixar o país para fugir da necessidade de servir ao Exército. Voos para Turquia, Dubai e países que não exigem visto de russos estão lotados e com passagens esgotadas. Na fronteira com a Finlândia, a fila de carros passa de 10 quilômetros para atravessar a fronteira.

A imprensa americana afirma que Putin estaria pensando em proibir a viagens de homens para fora da Rússia na tentativa de conter o êxodo. O Kremlin não confirma a intenção por hora.