Quase 63 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza no país. Isso significa que três em cada 10 brasileiros têm renda domiciliar per capita menor que R$ 497 por mês. O valor não é suficiente para comprar uma cesta básica, que custa mais de R$ 700 em São Paulo.
A conclusão é do Mapa da Nova Pobreza, divulgado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas nesta quarta-feira (29). O levantamento tem como base dados do IBGE e os parâmetros do Banco Mundial relacionados à pobreza.
Segundo o estudo, 2021 foi o ano com o maior número de pessoas nessa classificação desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2012. Durante a pandemia, 9,6 milhões de pessoas passaram a ser consideradas pobres. O número é equivalente a toda a população de Pernambuco ou de Portugal.
A alta do desemprego e a alta da inflação são apontados como fatores para o empobrecimento da população.
O diretor do FGV Social, Marcelo Neri, explica que o levantamento tem o objetivo de monitorar a distribuição e a evolução da pobreza em diferentes regiões do país: "A pesquisa procura mapear a pobreza nos territórios a partir dos dados recentes do IBGE. A contribuição é fazer uma abertura espacial mais fina que pode direcionar esforços da sociedade civil e das políticas governamentais".
Os piores índices estão nas regiões Norte e Nordeste.
O Maranhão foi o estado com a maior taxa: quase 58% da população vive abaixo da linha da pobreza. Amazonas, Alagoas e Pernambuco aparecem na sequência, com mais da metade dos habitantes nessa situação. Já Santa Catarina registrou a menor porcentagem: 10%.