Um dos homens mais conhecidos do Brasil, Silvio Santos, nasceu em 12 de dezembro de 1930, no bairro da Lapa, no centro do Rio de Janeiro, com o nome de batismo Senor Abravanel.
O apresentador de TV e empresário foi o primeiro filho do casal Alberto e Rebecca Abravanel, imigrantes judeus de origem grega e turca.
Silvio Santos começou a trabalhar ainda adolescente, aos 14 anos, como camelô, no centro da capital fluminense, vendendo capas para título de eleitor.
O talento para lidar com o público lhe rendeu um teste na Rádio Guanabara.
Aos 18 anos, o apresentador deixou a vida de camelô para servir o Exército, onde atuou como paraquedista.
Nos fins de semana de folga, Silvio Santos trabalhava como locutor de rádio no Rio de Janeiro e acabou largando a carreira militar para trabalhar somente como comunicador.
Em 1954 assinou o primeiro contrato como locutor na Rádio Nacional de São Paulo.
O salário de locutor não era suficiente e o lado empreendedor de Silvio Santos mais uma vez apareceu.
Ele começou a organizar as caravanas de artistas que se apresentavam em praças públicas de São Paulo.
Os shows ficaram conhecidos como “A Caravana do Peru que fala”, já que o apresentador ficava vermelho sempre que se envergonhava.
No fim dos anos 50, Silvio Santos ficou sócio do colega Manoel da Nóbrega no Baú da Felicidade, empresa vendida em 2011 após os problemas financeiros gerados pelo Banco Panamericano.
Em 1961, o apresentador iniciou a carreira na televisão com o programa apresentados aos domingos que rapidamente se tornou um sucesso de audiência.
Passou pelas emissoras Paulista, Tupi e Record antes de conseguir, em 1975, a concessão para o Canal 11, do Rio de Janeiro.
No entanto, ele continuou com programas na Tupi e na Record, algo inédito.
De pensamento rápido e respostas na ponta da língua, o apresentador provou do próprio veneno ao vivo nos anos 70.
Em 1981, Silvio Santos conseguiu a concessão do canal quatro de São Paulo, que se tornaria mais tarde o SBT.
Ainda na década de 80, teve problemas nas cordas vocais e houve a suspeita de um câncer na garganta.
Na volta do tratamento nos Estados Unidos, o apresentador fez um “Show de Calouros” especial em que respondeu ao vivo perguntas dos telespectadores.
No mesmo programa, Silvio Santos se emocionou ao falar da origem da família Abravanel, depois da pergunta sobre o nome completo dele.
Em 1989, Silvio Santos tentou se candidatar à Presidência da República, mas teve a candidatura considerada irregular pela Justiça Eleitoral.
Em 1998, Silvio Santos abriu o SBT pela primeira vez para a realização do Teleton – uma maratona televisiva com o objetivo de arrecadar dinheiro para a AACD – Associação de Assistência à Criança Deficiente.
Em 2013, ele dividiu a apresentação do programa beneficente com a filha Patrícia e o neto Tiago Abravanel.
Já no Carnaval de 2001, o apresentador foi homenageado pela escola de samba Tradição, do Rio de Janeiro.
Também em 2001, no mês de agosto, Silvio Santos foi parar nas manchetes policiais.
Isto por causa do sequestro da filha Patrícia, quando saia de casa, no bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, para ir à faculdade.
A jovem, então com 24 anos, ficou sete dias no cativeiro até ser solta pelos criminosos, depois do pagamento do resgate; algo que o apresentador nunca confirmou.
Com o fim do sequestro, Silvio Santos falou aos jornalistas na sacada de casa, ao lado da filha Patrícia.
Dois dias depois, um dos sequestradores, Fernando Dutra Pinto, matou dois investigadores durante a fuga e acabou invadindo a casa de Silvio Santos para pedir proteção.
O cárcere privado só terminou depois de quase oito horas com a ida do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à residência.
Com o característico bom humor, o apresentador falou sobre quando foi mantido refém durante o programa “Show do Milhão”.
Também em 2001, Silvio Santos lançou um dos programas de maior sucesso da história da televisão brasileira: A Casa dos Artistas.
O formato de reality show iniciava seus passos no Brasil e bateu recordes de audiência no canal SBT.
A primeira edição teve a atriz Barbara Paz como ganhadora.
Em novembro de 2010, Silvio Santos foi manchete no noticiário depois de o Panamericano ter um prejuízo de dois bilhões e meio de reais por causa de fraudes nos balanços.
O banco, que tinha a Caixa Econômica Federal como sócia desde 2009, pediu ajuda financeira ao Fundo Garantidor de Crédito.
Como garantia do pagamento, Silvio Santos colocou todo o patrimônio à disposição, incluindo o canal SBT e a fabricante de cosméticos Jequiti.
Em janeiro de 2011, a parte dele no banco Panamericano foi vendida ao BTG Pactual, do empresário André Esteves, por 450 milhões de reais.
Na saída da sede do BTG Pactual, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste de São Paulo, o apresentador desconversou sobre os detalhes do negócio.
Pouco depois, a nova diretoria do Banco Panamericano anunciou que o rombo foi de quatro bilhões e trezentos milhões, maior do que o previsto inicialmente.
Em 2018, a Justiça Federal em São Paulo condenou sete ex-diretores do banco por crimes financeiros.
No mesmo ano, a Comissão de Valores Mobiliários aplicou multa de mais de 50 milhões de reais à holding Silvio Santos Participações.
Em fevereiro de 2014, Silvio Santos revelou em entrevista à revista Veja São Paulo que passou por cirurgia três meses antes por causa de um câncer de pele na perna direita.
Silvio Santos se afastou por quase três anos da frente das câmeras por causa da pandemia.
O apresentador fez a alegria de funcionários e frequentadores dos postos de vacinação todas as vezes em que foi receber as doses contra a Covid-19.
Em maio de 2022, ao retornar, o apresentador comentou sobre a passagem da filha Patrícia no comando do programa dominical que leva o nome dele:
Silvio Santos voltou a ser afastar em setembro e desde então não comandou mais o programa.
Em junho de 2023, o programa Silvio Santos completou SESSENTA anos; o canal SBT exibiu um especial, mas o apresentador não participou.
Silvio Santos deixa seis filhas:
Cíntia e Silvia, do primeiro casamento com Maria Aparecida Vieira, que morreu de câncer em 1977, e Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata, do segundo casamento com Íris Abravanel.