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Maduro chega a Brasília para encontro com Lula; última visita ocorreu em 2015

Presidente da Venezuela estava proibido de visitar o Brasil desde 2019; venezuelano será recebido pelo presidente brasileiro para marcar retomada da relação diplomática

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Maduro chega a Brasília para encontro com Lula; última visita ocorreu em 2015
Reprodução/Redes Sociais

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tem um encontro bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcado para esta segunda-feira (29). O venezuelano pousou em Brasília na noite de domingo (28) após um hiato de oito anos sem visitar o Brasil. Desde 2019, um portaria assinada por Jair Bolsonaro, proibia que autoridades do país vizinho atravessassem a fronteira.

A vinda do sucessor de Hugo Chávez também marca a retomada das relações diplomáticas entre ambas nações. O Itamaraty reabriu a embaixada brasileira em Caracas e a diplomacia venezuelana voltou a ter representação no Brasil com a chegada de Lula ao Palácio do Planalto. A relação tinha sido rompida pelo antecessor brasileiro, que reconhecia o autoproclamado Juan Guaidó como chefe do Executivo venezuelano.

Maduro vem ao Brasil ainda para participar, na terça-feira (30), de uma cúpula com presidentes da América Sul. O encontro convocado por Lula deve reunir 11 presidentes sul-americanos e um enviado pelo governo do Peru. A reunião deve servir para o presidente brasileiro evidenciar a retomada da liderança do país na região. Também é esperado que o petista proponha um fórum permanente entre as nações da América do Sul.

O presidente venezuelano foi recebido no aeroporto da capital federal pela embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty. É ela também a responsável pelo organização da cúpula de terça-feira (30). A primeira-dama Cilia Flores também desembarcou em Brasília.

A última vez que uma comitiva presidencial venezuelana esteve no Brasil foi na ocasião da posse da presidente Dilma Rousseff, em 2015. De lá pra cá, a relação diplomática se deteriorou e foi rompida pelo então presidente Jair Bolsonaro, em 2019.

A Venezuela deixou de pagar empréstimos ao BNDES por obras de infraestrutura financiadas pelo banco de fomento e integrantes do Palácio de Miraflores se tornaram persona non grata pelo governo brasileiro.

Com a chegada de Lula ao poder, o assessor especial para assuntos internacional da Presidência, Celso Amorim, foi enviado para uma primeira audiência com autoridades venezuelanas. Anteriormente, uma comitiva brasileira foi enviada para a reabertura da embaixada e postos diplomáticos brasileiros no país vizinho.

O Brasil faz fronteira com a Venezuela na porção norte do país e importa eletricidade para abastecer o estado de Roraima, único não interligado ao sistema elétrico nacional. A crise política e econômica na nação vizinha também pressiona o posto de fronteira de Pacaraima. Estimativas das Nações Unidas indicam que mais de 325 mil venezuelanos atravessaram a fronteira desde 2017, quando do início da crise no país vizinho.

Reconhecido como um governo autoritário e ideológico, a Venezuela empobreceu nos últimos anos por causa das sanções econômicas impostas por nações ocidentais. A falta de reconhecimento do sistema eleitoral e os ataques contra opositores isolou o país no cenário internacional.