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Lula volta a criticar Campos Neto: "Presidente do Banco Central do Bolsonaro"

Presidente ignora conselhos para diminuir ataques e faz nova ofensiva contra a autoridade monetária; petista também criticou a autonomia do órgão e discordou da decisão de manter a Selic em 10,50%

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ignorou os conselhos dados por membros do governo e voltou a atacar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Em entrevista cedida a rádio Princesa, de Feira de Santana, na Bahia, o petista discordou da decisão de manter a taxa básica de juros em 10,50% e questionou a autonomia do Banco Central.

"Não é uma discussão de muita gente [a autonomia do Banco Central no Brasil]. Quem quer o Banco Central autônomo é o mercado. Que faz parte do Copom, que determina a meta de inflação, que determina a política de juros. Eu tive um Banco Central independente. O [Henrique] Meirelles ficou 8 anos no meu governo como presidente do Banco Central e o Meirelles teve total independência", disse o mandatário.

Ao ser questionado sobre a atuação de Roberto Campos Neto, Lula pontuou que não acha adequado que um presidente da República inicie um mandato à frente da gestão federal sem que possa indicar um presidente do Banco Central.

"O que você não pode ter é um presidente do BC que não está combinando adequadamente com aquilo que é o desejo da nação. Nós não precisamos ter política de juros alto nesse momento. A taxa Selic em 10,5% tá exagerada, a inflação está controlada, nós acabamos de aprovar a manutenção da meta de 3% [de inflação]. Estou há 2 anos com o presidente do BC do Bolsonaro. Não é correto isso… O que não dá é para o cidadão ter um mandato e ser mais importante que o presidente da República", completou.

Lula, segundo a colunista Mônica Bergamo, da BandNews FM, foi aconselhado recentemente a diminuir os ataques realizados a Campos Neto para frear a alta do dólar. Segundo membros próximos do governo, caso esse embate se prolongue, há a possibilidade da economia se desgastar ainda mais.  

Na última sexta-feira (28), o dólar engatou uma forte alta com as declarações do petista e atingiu um pico de R$ 5,59, no maior valor desde janeiro de 2022.

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