Lula se diz otimista com acordo Mercosul-UE e promete contraproposta em semanas

Presidente brasileiro disse que Brasil não abrirá mão das compras governamentais e reforçou expectativa pela conclusão do acordo comercial até o fim do ano

BandNews FM

Lula se diz otimista com acordo Mercosul-UE e promete contraproposta em semanas
Lula se diz otimista com acordo Mercosul-UE e promete contraproposta em semanas
Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (19) estar “otimista” com a possibilidade de concluir o acordo comercial Mercosul-União Europeia ainda este ano e disse esperar que os europeus aceitem a contraproposta dos sul-americanos.

O brasileiro destacou que em “duas ou três semanas” enviará uma carta com as propostas do Mercosul para continuar a negociação. O acordo é discutido há 25 anos e os europeus incluíram novas exigências ambientais recentemente.

Em 2019, os países anunciaram que chegaram a um bom termo para a assinatura, mas novos aspectos voltaram a ser discutidos. A União Europeia quer ainda a abertura do mercado de compras governamentais, o que é rechaçado pelo presidente brasileiro. Lula assumiu no mês passado a presidência rotativa do Mercosul e está responsável pela negociação entre os blocos econômicos.

“Nós não abrimos mão das compras governamentais, porque são instrumentos de desenvolvimento interno. A compra governamental é o instrumento de desenvolvimento industrial de cada país”, reforçou o brasileiro.

Anteriormente, Lula disse que as novas exigências europeus era uma “ameaça”.

O presidente brasileiro conversou com jornalistas antes de deixar a Bélgica. Desde domingo (16), o petista cumpria agenda bilateral em Bruxelas, onde foi realizada uma cúpula entre países Latino-Americanos e Caribenhos com a União Europeia. Foi a primeira vez em oito anos que os 55 países das regiões sentaram para conversar.

Lula afirmou que a reunião foi exitosa e “demonstrou de forma inequívoca o interesse da União Europeia de voltar seus olhos para a América Latina”.

Os europeus se comprometeram a investir mais de R$ 240 bilhões nos países da Celac e na bioeconomia.