O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recusou nesta sexta-feira (26) um convite de Vladimir Putin para visitar a Rússia neste ano. Em conversa telefônica pela manhã, o brasileiro agradeceu ao convite para participar do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, mas declinou da participação no evento.
O petista reiterou, no entanto, a “disposição do Brasil, junto com a Índia, Indonésia e China, de conversar com ambos os lados do conflito em busca da paz”.
O presidente brasileiro tem defendido uma saída negociada para a guerra iniciada em fevereiro de 2022 e tenta uma posição de neutralidade para conquistar protagonismo nas conversas de paz.
Fala de Lula, entretanto, têm sido questionadas pela comunidade internacional como um suposto alinhamento com o Kremlin. No último fim de semana, durante reunião de cúpula do G7, o presidente brasileiro não se reuniu com o homólogo ucraniano por “questões de agenda”. Volodymyr Zelensky agendou uma conversa com o chefe do Planalto, mas não apareceu.
A Ucrânia conta com o apoio das maiores potências ocidentais no recebimento de armas e equipamentos que sustentam o conflito. O país prepara uma contraofensiva para retomar território conquistados pelos russos.
O governo brasileiro tenta viabilizar um grupo independente para negociar o fim da guerra e Lula já disse que uma discussão de cessar-fogo deveria ser realizada com a presença de países “neutros” no prédio das Nações Unidas.
A Rússia faz parte do BRICS, bloco que reúne ainda Brasil, China, Índia e África do Sul. A proximidade dos países pesa contra a formação de um grupo capitaneado por brasileiros, indianos e chineses.