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Lula pede fim da perseguição religiosa na Nicarágua e defende acordo com UE

Presidente brasileiro concedeu entrevista nesta quinta-feira (22) com um balanço das agendas na Itália; Papa pediu intervenção do petista contra perseguição da Igreja Católica

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Lula pede fim da perseguição religiosa na Nicarágua e defende acordo com UE
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue nesta quinta-feira (22) para Paris, na França, onde participa de um fórum organizado por Emmanuel Macron para discutir o futuro da economia sustentável. Anteriormente, o petista cumpriu agenda na Itália e se reuniu com a primeira-ministra Giorgia Meloni e o Papa Francisco.

Durante entrevista em Roma, o presidente brasileiro disse ter discutido a busca pela paz entre Rússia e Ucrânia, além do futuro do acordo comercial entre Mercosul-União Europeia.

Lula também afirmou que vai conversar com o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, sobre a perseguição contra católicos no país. O líder da esquerda é classificado como ditador por reprimir opositores. O brasileiro disse que vai pedir a liberação de um bispo que está preso no país da América Central.

Ortega tem relações com o PT e o pedido de intervenção na relação teria sido um pedido do líder da Igreja Católica. Lula e Francisco se encontraram na quarta-feira (21). No Vaticano, o petista convidou o Santo Padre para visitar o Círio de Nazaré, mas ainda não houve resposta da Santa Sé.

O papa argentino presenteou Lula com uma confecção realizada em oficinas do Vaticano e afirmou que a “paz é frágil como uma flor”. Ambos discutiram a possibilidade de uma conversa entre Rússia e Ucrânia para o fim do conflito iniciado em fevereiro do ano passado.

O presidente brasileiro disse ter conversado também com autoridade italianas sobre a guerra. Ele argumentou que a União Europeia está envolvia no conflito, fornecendo armas e ajuda financeira a Kiev, por isso, defende a intervenção de países “neutros” na disputa. Lula disse que Brasil, México, China e países africanos podem ajudar nas negociações.

Sobre o encontro com a primeira-ministra Giorgia Meloni, o presidente disse ter ficado impressionado com ela. A italiana chegou ao poder no ano passado. Ela é considerada uma política da extrema-direita e que já defendeu a saída da Itália do bloco europeu.

Desde que assumiu o país, Meloni tem moderado o discurso. Segundo Lula, diferenças ideológicas não podem ser impedimento para conversas. Ele destacou que em um mundo machista, uma mulher tão jovem ocupar um posto de poder é algo a ser destacado.

Sobre o acordo entre União Europeia e Mercosul, o brasileiro voltou a defender a assinatura do tratado, mas disse não entender as novas condições impostas pelos europeus.

Em 2019, os blocos anunciaram que chegaram a um acordo para a liberação comercial entre os grupos. Mas os europeus têm resistido as tratativas finais. Recentemente, o parlamento francês aprovou uma restrição ambiental ao acordo.