O presidente Luiz Inácio da Silva abriu o discurso, na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas nesta terça-feira (19), prestando condolências às vítimas do terremoto no Marrocos e das enchentes na Líbia.
O chefe do Executivo voltou a discursar na ONU depois de 14 anos. O presidente lembra de outros discursos que realizou nos mandatos antigos.
O representante brasileiro falou sobre a pobreza e a desigualdade. O presidente citou que a fome, tema principal do discurso realizado por ele 20 anos atrás, segue atingindo mais de 700 milhões de pessoas no mundo.
O chefe de Estado brasileiro citou que "para vencer a desigualdade, falta vontade política daqueles que governam o mundo."
Antes, logo na abertura do discurso, Lula falou dos impactos das mudanças climáticas atualmente. O presidente finalizou dizendo que o Brasil está de volta para auxiliar no combate dos problemas globais.
Ainda no assunto do clima, o chefe do Executivo ressaltou a importância de um modelo “sustentável” e “socialmente justo”.
Segundo o presidente, alguns países ricos "cresceram baseados em um modelo com alta taxa de emissão de gases danosos ao clima."
Lula citou ainda a importância de uma divisão mais igualitária de recursos para países ricos e em desenvolvimento. Segundo ele, sem isso, não é possível cumprir acordos internacionais.
O presidente brasileiro afirmou que o FMI disponibilizou, no ano passado, US$ 160 bilhões em direitos especiais de saque para países europeus, e apenas US$ 34 bilhões para países africanos.
Lula falou, ainda, sobre a liberdade de imprensa e o combate à desinformação e aos crimes cibernéticos. O presidente citou o caso do jornalista Julian Assange, fundador do Wikileaks, afirmando que ninguém "pode ser punido por informar a sociedade de maneira transparente e legítima".
O chefe de Estado brasileiro também criticou o papel da extrema-direita na política. Lula discursou dizendo que que "nos escombros do neoliberalismo, aventureiros negam a política e vendem soluções tão fáceis quanto equivocadas."
Depois de 21 minutos, o presidente Lula encerrou o discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas.