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Lula é vaiado e aplaudido em Portugal e discursa contra guerra na Ucrânia

Presidente brasileiro foi ao Parlamento português na celebração da Revolução dos Cravos; petista foi alvo de protesto de parlamentares da extrema direita

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Lula é vaiado e aplaudido em Portugal e discursa contra guerra na Ucrânia
Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi alvo de vaias no Parlamento português nesta terça-feira (25). O petista foi recebido pelos parlamentares na celebração do aniversário da Revolução dos Cravos, movimento de 1974 que derrubou o ditador António de Oliveira Salazar. No discurso, Lula voltou a defender a Ucrânia da invasão russa e a ampliação do Conselho de Segurança da ONU.

Quando chegou na Assembleia da República Portuguesa, em Lisboa, o presidente brasileiro recebeu vaias de parlamentares da extrema direita. O grupo protestava contra a visita de Lula e pelas falas do petista equivalendo as responsabilidades na guerra iniciada pela Rússia.

O presidente do Parlamento, o socialista Santos Silva, pediu respeito ao visitante, que recebeu então aplausos dos demais presentes.

No discurso, Lula condenou a violação da “integridade territorial da Ucrânia” e disse que o Brasil defende “uma ordem internacional fundada no respeito ao Direito Internacional e na preservação das soberanias nacionais”.

O petista voltou a apresentar uma proposta de paz para encerrar o conflito e afirmou que “quem acredita em soluções militares para os problemas atuais luta contra os ventos da história”.

O presidente brasileiro disse também que a Revolução dos Cravos foi um exemplo para a democracia brasileira. O movimento completa 49 anos neste 25 de abril.

Em entrevista após o discurso, o chefe do Palácio do Planalto disse que protestos são inerentes ao processo democrático.

Ainda durante a fala aos parlamentares, Lula disse que ideologias extremistas “reduzem o espaço para o diálogo” e afirmou que o radicalismo é impulsionado “pela ditadura dos algoritmos”.

O petista defendeu ainda a ampliação do Conselho de Segurança da ONU. O Brasil ocupa uma vaga rotativa no grupo, mas luta há anos pela conquista de um assento permanente.

Lula chegou a Portugal na última sexta-feira (21) e cumpriu agendas com autoridades portuguesas. O brasileiro assinou acordos bilaterais e entregou o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em português, ao cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda.

Nesta terça-feira (25), o petista partiu para a Espanha e volta ao Brasil depois de cumprir agenda com centrais sindicais espanholas e empresários brasileiros.