Após participar de um evento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, na Suíça, nesta quinta-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse não saber qual era a pressão sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o classificou como "extraordinário".
A declaração tem a ver com questionamentos feitos por setores do PT e do mercado financeiro sobre a capacidade de concretizar a agenda econômica do governo.
A pressão entrou em pauta após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolver para o governo uma medida provisória enviada ao Congresso pela equipe econômica. O texto, defendido por Haddad, era o do PIS/Cofins, uma alternativa para compensar a perda de arrecadação causada pela desoneração da folha de pagamento de municípios e 17 setores da economia. Essa solução foi duramente criticada por empresários, que defendiam que o texto aumentaria a inflação.
"O Haddad tentou ajudar os empresários construindo uma alternativa à desoneração feita para aqueles 17 grupos de empresários. Que nem deveria ter sido o Haddad para assumir essa responsabilidade, mas o Haddad assumiu, fez uma proposta. Os mesmos empresários não quiseram. Então, agora tem uma decisão da Suprema Corte, que vai acontecer. Se, em 45 dias não houver acordo sobre compensação, o que vai acontecer? Vai acabar a desoneração", declarou Lula.
O presidente ainda afirmou que "agora a bola não está mais na mão do Haddad”, mas, sim, com o Supremo e os empresários, e que eles que tem que encontrar uma solução.