O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, neste sábado (2), que a França é um país “mais protecionista”, ou seja, mais fechado a fazer acordos, após o presidente Emmanuel Macron afirmar ser “completamente contra” o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
O governo brasileiro tem a expectativa de fechar o acordo até a próxima semana, antes da posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei. O novo chefe do Executivo argentino é crítico da cooperação entre os blocos.
Macron afirmou que o acordo vem sendo negociado há mais de 20 anos e que está “mal remendado”, e que a versão atual não leva em conta a biodiversidade e o clima. O presidente francês explicou ainda que, se o acordo não acontecer, o Brasil deve ser recompensado pelos esforços por conter o desmatamento.
“É justamente por isso que sou contra o acordo Mercosul-UE, porque acho que é um acordo completamente contraditório com o que ele [Lula] está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo [...] Não leva em conta a biodiversidade e o clima dentro dele. É um acordo comercial antiquado que desmantela tarifas”, informou Macron.
Durante a COP28, a conferência do clima que ocorre em Dubai, o presidente Lula respondeu a Macron dizendo que é “um direito dele” se posicionar contar o acordo, mas que não corresponde à posição da União Europeia.