O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou apoio à Palestina, nesta quarta-feira (10), em ação movida pela África do Sul contra Israel. A iniciativa visa principalmente o cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e tenta também declarar culpado Israel por genocídio no conflito.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil declarou o apoio oficial. Confira:
“À luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.”
A nota ainda afirma que o Brasil defende uma solução pacífica para o conflito. “O governo brasileiro reitera a defesa da solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”, diz o comunicado.
Na manhã desta quarta-feira, o presidente Lula se reuniu com o embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Alzeben, para tratar justamente do apoio na Corte de Haia. Após o encontro, Alzeben classificou a reunião como satisfatória. “Expressamos nossa gratidão ao Brasil, ao senhor presidente, pela posição de apoio à solução de 2 Estados, pelo fim do conflito, agressão e genocídio ao povo palestino em Gaza e a repressões e agressões na Cisjordânia e em Jerusalém. Coincidimos em vários pontos de que a paz é a única solução para o conflito e a criação do Estado da Palestina são imperativos que tem que ser criado e respeitado baseado no direito internacional humanitário”, afirmou.
“Estão estudando e, obviamente, a posição do Brasil está clara pela condenação de qualquer tipo de genocídio contra qualquer ser humano”, completou o embaixador.
O conflito se intensificou em 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou mísseis contra Israel e realizou incursões armadas por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros.
Em resposta, Israel vem bombardeando infraestruturas em Gaza e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica. Os ataques já deixaram mais de 24 mil mortos, a maioria de mulheres e crianças, além de outros milhares de feridos e desabrigados.
O conflito entre Israel e Hamas tem origem religiosa. A disputa é por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.