O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender a “responsabilidade social” com a população mais vulnerável e criticou as amarras do teto de gastos. Segundo ele, a medida que impede o aumento das despesas públicas acima da inflação do ano anterior serve para “tirar dinheiro da educação, da cultura”. Lula discursou durante um encontro com representantes da sociedade civil na Conferência do Clima, no Egito, nesta quinta-feira (17).
Ao citar a atual âncora fiscal do governo, Lula desdenhou do mercado financeiro e disse que o sobe desce seria uma atividade de especuladores: “Vai aumentar o dólar, cair a bolsa? Paciência. O dólar não cai por conta das pessoas sérias, mas dos especuladores”.
Na semana passada, Lula provocou mal-estar com o mercado financeiro ao criticar o “teto de gastos”. Nesta quarta (16), o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin disse que haverá gastança no novo governo, mas é preciso garantir uma rede de proteção social.
A fala acontece um dia após a equipe de transição do governo apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição que retira os gastos com o Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família, do teto. A medida prevê um gasto de R$ 198 bilhões fora da âncora fiscal.
Também no discurso em Sharm el-Sheik, Lula disse que o atual governo tentou desmontar a área social e que haverá um esforço do novo governo de reconstruir a rede de proteção social e outras áreas relegadas ao segundo plano por Bolsonaro e equipe.
Luiz Inácio Lula da Silva voltou a se comprometer com a defesa do meio ambiente e a criação do Ministério dos Povos Originários. O presidente eleito disse que os indígenas são os responsáveis pela conservação das florestas.
Em discurso para jovens, Lula disse que vai recriar o Ministério da Cultura e garantir acesso aos bens culturais para todos.