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Lula critica juros alto e afirma que Campos Neto “joga contra a economia”

Presidente brasileiro disse que decisão de manter a Selic em 13,75% ao ano é “irracional”

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Lula critica juros alto e afirma que Campos Neto “joga contra a economia”
Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta quinta-feira (22) a taxa básica de juros no Brasil e disse que a manutenção da Selic em 13,75% ao ano é “irracional”. O petista ainda afirmou que Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, “joga contra a economia”.

No dia anterior, o Comitê de Política Monetária manteve o patamar atual dos juros, que vai completar um ano no nível mais alto desde 2015. No comunicado divulgado após o encontro, o BC não sinalizou uma possível queda na Selic a partir de agosto, o que desagradou a equipe econômica e empresários.

Lula falou com a imprensa no início da manhã, ainda na Itália, após cumprir agenda com políticos italianos e ter se encontrado com o Papa Francisco. O petista disse que o Senado terá de avaliar o trabalho do Banco Central.

O BC tem autonomia e o indicado pelo presidente é sabatinado e aprovado pelos senadores. Campos Neto tem mandato até o próximo ano e é um nome ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-ministro Paulo Guedes.

O Copom eleva a taxa básica de juros para controlar a inflação. Com a Selic mais alta, o crédito fica mais caro e a economia se movimenta mais lentamente. Com a desaceleração econômica, a alta dos preços é contida. Mas a medida também encarece investimentos e dificulta o crescimento do Produto Interno Bruto, que é a soma de bens e serviços produzidos no país.

As principais associações comerciais criticaram a decisão do Comitê de Política Monetária. Entre os empresários, há o entendimento de que a Selic alta prejudica investimentos e pode provocar a quebra de pequenas e médias empresas já endividadas.

Lula tem feito críticas constantes contra Campo Neto. O presidente do Banco Central se defende afirmando que o trabalho da instituição é técnico.

Embora o comunicado do Copom não tenha dado indicações sobre o início de uma trajetória de queda dos juros, o mercado financeiro continua a apostar na queda da Selic a partir de agosto. Até a próxima reunião, a Câmara deve aprovar a nova regra fiscal e a reforma tributária.