O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retoma as atividades no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (8) depois de viajar a Londres para acompanhar a coroação do Rei Charles III. Na volta ao Brasil, o petista trabalha para reorganizar a base parlamentar no Congresso Nacional de olho na votação de medidas de interesse do governo.
Antes da viagem ao Reino Unido, deputados derrubaram decretos de Lula que modificavam o marco legal do saneamento. A derrota na Câmara escancarou problemas na articulação política e expôs partidos com cargos na Esplanada dos Ministérios e que não entregaram os votos necessários ao governo.
Na agenda do presidente, um encontro com o ministro de Relações Institucionais marca o reinício dos trabalhos na semana. Alexandre Padilha é o responsável por conversar com parlamentares e angariar apoios entre os pares. A demora na liberação de emendas e na distribuição de cargos no segundo escalão têm irritado integrantes do Parlamento.
Na capital inglesa, Lula garantiu a permanência de Padilha na articulação política do governo, elogiou o trabalho do ministro, mas cobrou o cumprimento de promessas para a satisfação da base.
Ao longo da semana, Lula deve conversar com os presidentes do MDB, PSD e União Brasil. Os partidos contam com nove ministérios ao todo, mas ainda não se alinharam plenamente ao Planalto. O petista pretende reforçar a atuação na articulação política para evitar derrotas.
O governo trabalha de olho na votação das novas regras fiscais e da reforma tributária. Para acelerar os trabalhos, o Planalto também espera contar com a boa vontade do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O novo arcabouço fiscal foi apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, há mais de um mês e o governo espera a aprovação da proposta ainda em maio. O texto é visto como primordial para o Banco Central iniciar uma redução da taxa básica de juros.
Ainda nesta segunda (8), Lula também retoma o programa Brasil Sorridente, com ações de saúde bucal no SUS. A cerimônia no Palácio do Planalto deve contar com a presença de ministros e aliados.