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Lula cobra nações ricas e cita tragédia no RS na abertura do G20

Brasil assume a presidência rotativa do bloco e lança força-tarefa de combate a mudanças climáticas

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Lula cobra nações ricas e cita tragédia no RS na abertura do G20
Agência Brasil

O presidente Lula discursou neste sábado (09) na abertura da 18ª cúpula do G20, em Nova Délhi, na Índia, e defendeu o fortalecimento do Estado no combate a desigualdades.

O encontro reúne as maiores economia do mundo pelos próximos dois dias. No pronunciamento, Lula citou os efeitos do ciclone no Rio Grande do Sul para exemplificar os efeitos das mudanças climáticas.

"O aquecimento global modifica o regime de chuvas e eleva o nível dos mares. As secas, enchentes, tempestades e queimadas se tornam mais frequentes e minam a segurança alimentar e energética. Agora mesmo no Brasil, o estado do Rio Grande do Sul foi atingido por um ciclone que deixou milhares de desabrigados e dezenas de vítimas fatais. Se não agirmos com sentido de urgência, esses impactos serão irreversíveis", disse o presidente.

Lula defendeu que é preciso "colocar o pobre no orçamento" e equilibrar os impostos, fazendo com que ricos paguem mais tributos para reduzir as desigualdades.

O presidente disse, ainda, que vai lançar uma aliança global contra a fome assim que assumir a presidência rotativa do G20, com mandato de um ano, válido entre 1º de dezembro e 30 de novembro do ano que vem.

"Queremos chegar na COP 30, em 2025, com uma agenda climática equilibrada entre mitigação, adaptação, perdas e danos e financiamento, assegurando a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas. Esperamos contar com o engajamento de todos. Para que a beleza da Terra não seja apenas uma fotografia vista do espaço", afirmou.

No mesmo discurso, Lula cobrou dos países mais ricos o investimento de U$ 100 bilhões por ano em ações climáticas, cumprindo uma promessa da COP de Copenhague, realizada em 2019.

"No Brasil, estamos fazendo nossa parte. A proteção da floresta e o desenvolvimento sustentável da Amazônia estão entre as prioridades do meu governo. Nos primeiros 8 meses deste ano reduzimos o desmatamento em 48% em relação ao mesmo período do ano passado. Sediamos, há um mês, a Cúpula da Amazônia e lançamos nova agenda de colaboração entre os países que fazem parte daquele bioma", concluiu.

Também nesta edição, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, atual presidente do grupo, anunciou que a União Africana se tornou membro permanente da entidade, representando 55 nações do continente. A próxima reunião do bloco deve ser realizada no Rio de Janeiro.