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Lula chama Marina e Guajajara após desidratação de ministérios

Ministras do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas vão participar da reunião de coordenação política no Palácio do Planalto

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne na manhã desta sexta-feira (26) com as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, no Palácio do Planalto, em Brasília. Ambas foram convocadas para a reunião de coordenação política, às 11h, depois que deputados federais desidrataram as estruturas ministeriais que comandam.

Na quarta-feira (24), os parlamentares aprovaram modificações na Medida Provisória que reorganizou a Esplanada dos Ministérios no início do governo. O Ministério dos Povos Indígenas perdeu a prerrogativa da demarcação de Terras Indígenas, enquanto a área do Meio Ambiente perdeu a gestão da área de resíduos sólidos e o cadastro rural.

As ministras criticaram a inação do Palácio do Planalto para conter as modificações. Em uma postagens nas redes sociais, o PT chegou a comemorar a aprovação da MP. A legenda manteve o poder das pastas que comanda.

As áreas do meio ambiente e dos povos indígenas são consideradas essenciais para a imagem internacional do governo. A reunião convocada com Lula também terá a presença de ministros palacianos, mais próximos ao presidente, e os líderes no Congresso Nacional.

Participam do encontro a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta. Os senadores Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, Jacques Wagner, líder no Senado, e o deputado José Guimarães, líder na Câmara.

Existe a possibilidade do presidente vetar as mudanças feitas na Câmara, ou trabalhar para que o Senado reveja as modificações. No entanto, há pressa. A MP perde validade no dia 1º de junho e se não estiver aprovada haverá o retorno da estrutura vigente no governo de Jair Bolsonaro.

Lula também trabalha para aplacar a insatisfação de Marina. A saída da ambientalista do governo seria uma derrota com repercussão internacional. Prestigiada no exterior, a ex-líder seringueira conseguiu retomar doações de países ricos para o Fundo Amazônia e é vista como uma ativo para a retomada do Brasil como ator internacional quando o assunto é mudança climática.

Em uma postagem nas redes sociais, o presidente disse que as mudanças na estrutura ministerial fazem parte do “jogo” e que não é possível se assustar com a política.

Ao mesmo tempo em que os deputados votaram por uma desidratação em determinadas pastas, houve o fortalecimento de ministérios atualmente comandados pelo Centrão, bloco de partidos mais alinhados com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).