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Lula analisa MP que visa coibir manipulações de resultados esportivos

MP que regula casas de apostas esportivas prevê proibição de apostas por atletas e dirigentes

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Lula analisa MP que visa coibir manipulações de resultados esportivos
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O Governo Federal analisa o texto da medida provisória que regula casas de apostas esportivas. Pela matéria, atletas e dirigentes serão proibidos de apostar.

A elaboração do projeto ficou a cargo do Ministério da Fazenda e foi encaminhado à Presidência da República pela Casa Civil, com uma expectativa de arrecadação que gira em torno dos R$ 15 bilhões.

O texto ainda prevê que a pasta deve ser responsável por fiscalizar a atividade no país, e que o fluxo de dinheiro deve ocorrer por meio de contas bancárias de instituições autorizadas pelo Banco Central.

Além disso, a proposta muda as alíquotas atuais de arrecadação, com o porcentual destinado aos sites caindo de 95% para 84%. Desse total, 10% vão para a seguridade social e 1% para o Ministério do Esporte. Clubes e entidades desportivas ainda poderão ficar com 1,6%.

O ministério também encaminhou para Lula o texto de um decreto que prevê a criação de um grupo de trabalho para acompanhar problemas do setor, como a manipulação de resultados.

Essa eventual manipulação está sendo apurada pela Polícia Federal, após determinação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

A ação é uma resposta ao pedido feito pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que pediu a entrada da corporação no caso para centralizar todas as informações.

Até o momento, a CBF descarta paralisar as Séries A e B do Campeonato Brasileiro, já que as apurações tratam de partidas realizadas em 2022.

Investigações

Os jogadores Romarinho e Gabriel Domingos, que defendiam o Vila Nova-GO, são os primeiros réus na Operação Penalidade Máxima também denunciados na justiça desportiva. A participação de ambos foi revelada pelo presidente do clube, Hugo Jorge Bravo, e deu origem às outras investigações do Ministério Público de Goiás.  

Em entrevista à BandNews FM, o procurador-geral do Superior Triunal de Justiça Desportiva, Ronaldo Piacente, disse que outros inquéritos e denúncias serão feitos de acordo com a análise das provas. Ele afirmou que, apesar de haver colaboração entre o STJD e o MP, as investigações ocorrem de maneira independente.  

Ainda segundo o procurador-geral, jogadores que não tenham sido denunciados na esfera criminal podem sofrer processos disciplinares.  

O Código Brasileiro de Justiça Desportiva prevê multa de até R$ 100 mil e suspensão de até 720 dias para casos do tipo.