Luiz Megale: Precisamos discutir a quantidade de 'casos isolados' de violência policial em SP

Âncora falou sobre o afastamento de treze policiais do 24º Batalhão de Diadema, que arremessaram um civil inocente de uma ponte na região de Cidade Ademar, na Zona Sul de São Paulo

O âncora Luiz Megale, da BandNews FM, analisou durante a manhã desta quarta-feira (4) as imagens que mostram um policia militar arremessando um homem em uma ponte na região de Cidade Ademar, na Zona Sul de São Paulo.

Segundo o jornalista, o pai da vítima concedeu uma entrevista e afirmou que seu filho era um trabalhador e que nunca havia se envolvido em crime algum. Mesmo se fosse um criminoso, a ação também seria passível de críticas.

"Ele [policial] não faz a menor ideia se era um bandido ou não. [...] Um inocente foi jogado gratuitamente por um prazer sádico do alto de uma ponte para morrer. Fosse um bandido, não teria morrido e hoje teríamos um bandido solto. Não tivesse jogado da ponte, estaria preso. E que serve uma violência gratuita?" questionou.

Megale ainda ressaltou que trata-se de inúmeros casos isolados em que há abuso de autoridade por parte dos policiais em São Paulo.

"Uma hora a gente vai ter que discutir a quantidade abissal de casos de extrema violência que está acontecendo. Até quando vamos tratar como casos isolados? Vamos ter que admitir que não há casos isolados. Há método, um padrão de comportamento estimulado pelas ordens e pelas palavras que vem de cima", disse.

Por fim, o âncora criticou os posicionamentos recentes do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, e o governador Tarcísio de Freitas, que realizam discursos que incentivam a violência policial.

"[O policial é] alimentado, eu e minha tropa, pelas palavras que vem de cima. O que eu [policial] ouço do chefe do batalhão, do secretário de segurança pública, do governador é de que a polícia tem que sair para arrebentar e combater criminoso de qualquer jeito. Essa é a mensagem que chega às tropas por Guilherme Derrite, que se orgulha de ter sido expulso da Rota porque, segundo ele próprio matava demais", finalizou.

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