Luiz Megale: "Não há dúvidas sobre plano do golpe, mas falta conectá-lo ao 8 de Janeiro"

Âncora analisou recentes desdobramentos sobre as investigações do planejamento de um golpe de Estado no país, em 2022; PGR recebe hoje os indiciamentos de Bolsonaro e outros 36 envolvidos

Manifestações que depredaram a praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023
Marcelo Camargo/Agência Brasil

No entendimento do jornalista, não há dúvidas que uma parte da cúpula do Exército orquestrou junto ao então presidente Bolsonaro um plano para interferir no resultado das eleições, que havia tido Luíz Inácio Lula da Silva como vencedor.

Mesmo com as declarações recentes de Bolsonaro, que rechaçou a existência de qualquer planejamento para interferir no resultado eleitoral, em 2022, Megale pontuou que é preciso questionar o ex-presidente do porque o então mandatário não intercedeu e prendeu os envolvidos.

"Cabe questionar o porque do [então] presidente não ter dado voz de prisão a esses alucinados que tratavam, com ele, o golpe. Em reuniões com ele [Bolsonaro], e depois entre eles [os militares] faziam as suas tramas. [...] É um plano alucinado, que provavelmente não teria vida longa", disse.

"É uma gente completamente insana, mas uma gente que tinha caneta e tinha fuzil, tanques, e chegaram muito perto de utilizar. Não há a menor dúvida de uma tentativa de golpe de Estado no Brasil, virou coisa de maluco dizer que isso não aconteceu", completou.

No entanto, o âncora ainda ressalto que há um detalhe a ser descoberto pelas investigações: um possível elo entre o planejamento do golpe de Estado com a execução da depredação da sede dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.

"Como as duas coisas se ligam? A gente ainda não tem nada de concreto que ligue essas figuras, Mauro Cid, Mário Fernandes, general Heleno, general Braga Netto, a aquilo que aconteceu em 8 de Janeiro de 2023. Tem algumas relações de causalidade", opinou.

Após a finalização das investigações e do envio do indiciamento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é esperado que o magistrado faça, ainda nesta terça-feira (26), o envio do material à Procuradoria-geral da República (PGR), que deverá analisar o indiciamento e decidir se apresenta ou não uma denúncia contra os investigados.

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