O âncora Luiz Megale, do Jornal BandNews FM, comentou nesta terça-feira (8) sobre a decisão do Governo de São Paulo em imprimir e encadernar livros digitais aos alunos da rede estadual de ensino público.
Segundo o jornalista, trata-se de uma decisão "improvisada" e o secretário de Educação de São Paulo, Renato Feder, deveria se colocar à disposição da imprensa para explicar os planos para o setor.
"Estamos diante de algo completamente diferente do que é feito no mundo, sendo colocado em prática sem que a gente entenda como isso vai funcionar. Alguém que quer implementar uma mudança tão radical no sistema educacional deveria dar entrevista a todas as emissoras, mas os pedidos de entrevista são simplesmente recusados."
Na última segunda-feira (7), Feder concedeu uma entrevista coletiva e explicou que São Paulo não aderiu ao Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD) porque os materiais não podem receber anotações dos alunos.
"Queremos simplesmente saber como vai funcionar. Como mudar algo tão importante de uma maneira tão improvisada. Sinto muito, não é assim que se promove uma mudança tão importante no nosso Estado."
Entenda o caso
O governo de São Paulo anunciou na última semana que não irá aderir ao PNLD para o próximo ano. No entendimento de Renato Feder, os materiais enviados pelo governo federal não "são consumíveis" - ou seja, não pode ser riscado - e que há uma preferência por conteúdos eletrônicos.
O Ministério Público de São Paulo deu 10 dias para que o governo paulista justifique a decisão em substituir os livros didáticos por materiais digitais. Também houve a abertura de um inquérito que visa apurar a motivação pedagógica da decisão.
Em manifestações anteriores, o secretário já havia classificado os conteúdos do Ministério da Educação como "superficiais", mas não soube exemplificar quais os problemas existem com o atual método de ensino.