Luiz Megale: Militares não foram presos por "simples pensamento" na morte de Lula

Âncora analisou a fala do senador Flávio Bolsonaro que afirmou que "pensar em matar alguém não é crime"; operação da PF prendeu militares que planejavam morte de Lula, Alckmin e Moraes

O âncora da BandNews FM Luiz Megale comentou a fala do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que afirmou nesta terça-feira (19) que "pensar em matar alguém não é crime" ao falar sobre a operação da Polícia Federal que prendeu militares suspeitos de planejar a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

No Senado, Flávio chamou plano, identificado pela Polícia Federal (PF), de "intergaláctico" e disse que "por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime".

Para Megale, no entanto, houve algum nível de execução da tentativa de assassinato das autoridades e, portanto, se tratou de "um pouco mais do que um devaneio, um simples pensamento". 

"Houve aí alguma execução, embora não dê para chamar isso de tentativa de assassinato e, por isso, é muito difícil de enquadrar no Código Penal, tem toda razão o Flávio. Ocorre que eles não foram presos por conta disso. Eles foram presos dentro de um contexto muito maior, de abolição do estado democrático de direito", analisou.  

Para o jornalista, a fala de Flávio é "muito simplista" diante dos indícios apresentados pela Polícia Federal durante a Operação Contragolpe, que prendeu quatro militares e um policial federal que estariam envolvimento no planejamento da morte das autoridades.  

"Há discordâncias sobre esse discurso muito simplista de Flávio Bolsonaro. O que choca é que essas pessoas acharam que isso poderia acontecer, que poderiam ser bem sucedidas promovendo uma carnificina."

Tópicos relacionados