Luiz Megale questiona eficácia da redação do Enem: "Amplia desigualdade entre pobres e ricos"

Âncora promoveu um debate sobre as notas da redação no Enem, que são maiores entre alunos que estudaram em escolas particulares, em comparação com aqueles que se formaram em escolas públicas

O âncora Luiz Megale, da BandNews FM, questionou durante a manhã desta segunda-feira (4) a eficácia da aplicação da redação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - que teve como tema ‘Desafios para a valorização da herança africana no Brasil’. A prova foi realizada no último domingo (3) por estudantes de todo o Brasil.

De acordo com o jornalista, há um alto número de acadêmicos que passaram a discutir se a redação deveria ser aplicada ou não. A justificativa seria a discrepância no ensino público e privado.

Megale ainda comparou o Enem com a prova similar que existe nos Estados Unidos, o SAT - exame que atesta e mede as qualificações dos alunos do ensino médio -, que não tem uma redação aos alunos.

"Até porque, pensa na quantidade de alunos que fazem o Enem e pensa na dificuldade de um professor corrigir redação por redação, prova por prova. Não dá para esperar um resultado objetivo quando o professor usa critérios subjetivos", disse.

O âncora ainda pontuou a necessidade de saber escrever, ler e se comunicar, mas que é necessário discutir como ocorre a aplicação da prova.

"Como ficou demonstrado, a redação acaba aumentando esse fosso entre pobres e ricos. Ela aumenta a possibilidade dos ricos ocuparem as melhores vagas e diminui a possibilidade de que pobres ocupem as mesmas vagas. Não é coincidência que os pobres tenham 20% a menos de notas na redação, porque tiveram acesso a uma educação de base mais precária", pontuou.

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