O âncora Luiz Megale, da BandNews FM, analisou durante a manhã desta terça-feira (29) a tramitação de um projeto na Comissão de Constituição e Justiça, da Câmara dos Deputados, que pode anistiar os manifestantes que participaram do atos do dia 8 de Janeiro de 2023.
Segundo a presidente da CCJ, deputada Caroline de Toni (PL-SC), há ainda a possibilidade de que sejam perdoados aqueles que fizeram doações ou apoiaram pelas redes sociais os atos que culminaram na destruição da sede dos Três Poderes.
Relator do texto, o deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) também considera anistiar quem participou de "eventos subsequentes ou eventos anteriores aos fatos acontecidos no dia 8 de janeiro de 2023, desde que mantenham correlação".
Para Megale, o pedido se baseia na premissa de que, o que aconteceu em 8 de Janeiro, foi um "quebra-quebra" onde pessoas entraram nos prédios e depredaram o que havia lá dentro.
"Aquilo era uma tentativa de golpe? Era. Esse é um dos casos em que há excesso de provas. Está tudo ali. Bolsonaro pedindo para que as pessoas autorizem, general Augusto Heleno dizendo para as pessoas se acalmar porque 'algo estava a acontecer', o próprio Augusto Heleno dizendo que 'ladrão não subia a rampa'", disse.
"Aquelas pessoas foram convencidas por gente muito mais graúda, gente que não batia perna nos acampamentos, mas que mandava dinheiro, mandava toneladas de carne, mandava equipamento de cozinha, financiava ônibus, financiava tráfico de influência para permitir que as Forças Armadas permitissem que acampassem na porta dos quartéis", completou.
O âncora ainda ressaltou que aceitaria que a anistia englobassem aqueles que acreditaram na história de que a invasão aos Três Poderes poderia mudar o Brasil, desde que os autores intelectuais fossem punidos.
"Aceito que se ofereça anistia aos 'bagrinhos' que foram convencidos que estavam salvando o Brasil. Elas foram levadas a acreditar nisso. Agora, os malandros que sabiam exatamente o que financiava e o desfecho para aquilo, não. Façamos esse acordo? Empresários, generais, políticos, deputados, jornalistas. Esses não. Topariam um acordo parecido com esses? Tenho certeza que não, sabemos o que está na raíz dessa anistia", finalizou.