Liz Truss renuncia ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido

Crise econômica e plano econômico rejeitado elevou a pressão contra a premiê, que assumiu o posto há 45 dias

Rádio BandNews FM

A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, renunciou ao cargo nesta quinta-feira (20). Em um pronunciamento na sede do governo, em Downing Street, ela disse já ter conversado com o rei Charles III e que permanece no posto até a escolha de um novo líder do Partido Conservador.

A premiê deixa a liderança inglesa depois de 45 dias no cargo, Truss assumiu em 06 de setembro, e vinha sofrendo pressões por conta de um plano econômico muito criticado por membros do próprio partido.

No Parlamento, nesta quarta-feira (19), Liz Truss disse que não abandonaria o cargo e que era uma lutadora. No pronunciamento da renúncia, ela afirmou deixar o posto por ser incapaz de cumprir a agenda proposta.

O governo da primeira-ministra propôs um forte corte de impostos e um empréstimo bilionário para quitar as contas públicas. A inflação em alta, que atingiu 10% em 12 meses, também dificultou a breve passagem da premiê pelo cargo. A insatisfação popular em alta fez com que membros do Partido Conservador pedissem a renúncia.

Os conservadores têm direito de escolher o primeiro-ministro até janeiro de 2025, quando uma nova eleição legislativa está programada. Já há no parlamento quem peça uma antecipação da eleição. Mas pesquisas recentes apontam que os Trabalhistas estão em vantagem, o que faz com que o Partido Conservador não aprove a antecipação.

Com maioria no parlamento, o partido vai recomeçar um processo burocrático e longo para a escolha de um novo líder e, por consequência, novo primeiro-ministro. 

Liz Truss assumiu o posto em substituição a Boris Johnson, derrubado após a descoberta de festas particulares na pandemia. Embora tenha deixado o cargo por falta de apoio político, há quem aposte que o ex-primeiro-ministro pode voltar a liderança do Partido Conservador.

Truss foi a primeira-ministra que por menos tempo ficou no posto e já é a terceira conservadora desde a eleição legislativa de 2019, após o Brexit. A saída do Reino Unido da União Europeia tem evidenciado problemas econômicos no país e dificultado o andamento dos planos de governo apresentados.